sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mamõyguara opá mamõ pupé

Nacionalismos a parte, todo mundo sabe que o Brasil mesmo sem querer transborda de influências estrangeiras. Seja traduzindo nossa bossa nova para o inglês, seja incorporando o velho e bom rock'n'roll ou até no "Tupy or not Tupy" do Manifesto Antropofágico modernista de Oswald de Andrade que apesar de defender a criação de uma arte característica brasileira presumia para isso a incorporação de aspectos da cultura gringa que fosse interessante a formação da nossa própria.
O 31º Panorama de Arte Brasileira, Mamõyguara opá mamõ pupé, em tupi "Estrangeiros em toda a parte" visa buscar uma mudança de perspectiva de "como o mundo influência a arte brasileira" para "como o Brasil influencia a arte mundial", envolvendo nesta análise cultura, arquitetura, arte e até as polêmicas que ocuparam as capas da revista Caras sobre o relacionamento de Madonna e Jesus Luz (recurso utilizado pelo talentoso e inovador artísta espanhol Juan Pérez Aguirregoikoa). São artistas de toda a parte, desde nossos vizinhos sul-americanos até residentes de terras distantes como Cerith Wyn Evans, que do País de Galles recepciona os visitantes da exposição com uma luminária que pisca em código morse o texto de Lina Bo Bardi, arquiteta que projetou o MASP, sobre sua obra-prima. Fica para Wyn Evans também a autoria do grande mural que, frente ao que parece uma cidade de arranha céus em decadência, adverte sobre o Brasil: "Aqui tudo parece que ainda é construção e já é ruína", provando que a relflexão também é arte. A visão estrangeira do Brasil vem, por vezes, dos próprios brasileiros como é o caso de Tamar Guimarães, mineira que desenvolveu toda sua carreira no exterior e traz nesta exposição uma projeção de slides narrada em moldes de documentário intitulada "A Man Called Love" (Um Homem Chamado Amor) que discorre sobre a influência de Chico Xavier.
A exposição traz um rompimento com o ideal de "Brasil - país tropical", "Brasil- país do samba e das mulatas" mostrando uma nova perspectiva de brasil-urbano, brasil-arquitetura, brasil-concreto. A inovação artística entretanto não é suficiente para acabar com a imagem do Brasil-futebol, paixão que permeia a obra se vários artistas e confirma na obra do argentino Adrián Villar Rojas "Nunca esquecerei Brasil", que no tocante ao futebol, os brasileiros são inigualáveis artistas que deixa Louvres de todo o mundo morrendo de inveja por não poder guardar entre suas paredes a arte e o talento que só batem em corações tupiniquins.

Eu sendo feliz na exposição!
Informações:
Local: Gande Sala MAM - Museu de Arte Moderna - Parque do Ibirapuera
Término: 20/12/09

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